quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Palavras.

Tornam tudo mais fácil, sempre. E por que não seria assim? É o único motivo por que as usamos, acho. Inclusive na comunicação. Não é novidade que, para uma comunicação ocorrer através de algum gesto ou olhar, é preciso muito mais do que uma relação comum. É difícil.
Palavras podem ser contrariadas, podem se perder. Palavras limitam. Palavras são fascinantes. Talvez seja por isso que eu as odeie tanto. Quem limita as minhas situações sou eu, palavras não deveriam fazer isso. Palavras parecem insuficientes.
Palavras parecem insuficientes e palavras podem mostrar algo bem mais amplo do que deveriam; palavras podem ser vistas de muitas formas.
Eu não tenho sorte com palavras. Elas são concretas, a minha certeza de como usá-las não. Não quero palavras. Não me coloque em palavras, não nos coloque em palavras. Nós deveríamos ser bem mais abertos do que isso.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Depois desliga.

Liga. Deixa a água cair diretamente na tua cabeça, fecha os olhos. Limpa toda a sujeira que ficou. Repassa, em tua mente, como é que ela foi parar ali. Separa qual instante você quer guardar, de qual instante quer esquecer-se. Cria as opções de como poderia ter agido em determinada situação, estuda-as minuciosamente. Tenta entender porque optou por essa ou aquela. Se arrepende, se orgulha. Nem que seja apenas nesse meio-tempo. Deixa a mente viajar em pensamentos aleatórios até que se esqueça, pelo menos por enquanto, de como a sujeira foi parar ali. De tudo relacionado a ela. Depois desliga.
Desliga para, depois, se sujar mais uma vez.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Do you like this?

How do you feel? Do you feel all right?
Eu queria saber. Não sei exatamente porquê, mas eu queria. Talvez eu quisesse saber, na verdade, como é que eu estou me sentindo. Mas não sei.
Não sei, espero estar intacto. Sei que não, mas nada tem parecido fazer sentido ultimamente. Eu deveria ter avisado, eu deveria saber...
E por que eu não mudo? É sempre assim. É sempre assim e se não fosse, não seríamos. Me dê uma razão. Uma boa razão.
Diz que vai ser diferente. Não, não diz. Dizer não adianta, eu não vou acreditar.
Eu queria nunca ter acreditado. Mas foi uma promessa minha pra mim mesmo, eu acho, e eu não tinha como cumprir.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Hot mess.

Pra cada lado tem um pouco de tudo, organizados em uma bagunça fria e irracional. Talvez seja só o modo como eu veja, ainda não sei. Mas eu gosto. São coisas que eu tenho a resolver e não preciso me preocupar, são coisas minhas e que ninguém vai definir além de mim.
Já estou agindo apenas de acordo com minhas vontades, e não acho que seja necessário mudar. Não me peça pra explicar, não queira entender. Você sabe que eu odeio ter que explicar. Algum dia, talvez, você consiga me entender sozinho. Ou não. Na verdade, prefiro que não.
Não acho que seja interessante ser previsível, as coisas planejadas se tornaram desnecessárias sem deixar a sua genialidade.
A grande questão é que muita gente confunde "seguir a vontade" com a burrice de não pensar no que acontece depois.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fill the flame.

Dá pra fazer uma ótima associação. Nada começa por si, só. Nesse caso, você precisa de uma chama qualquer, sendo ela vinda de um fósforo ou isqueiro. É como um incentivo, é a base. Não tem final sem começo.
Eu gosto de observar a chama. Talvez por um simbólico qualquer que ela tenha ou pela força que o fogo representa. Pela destruição lenta e silenciosa que ela causa, que com tamanha elegância pode dominar as mentes com um desespero irracional, fascinante.
O que, de fato, é irônico. A mesma chama - por menor que seja - que pode causar qualquer incêndio e medo é usada para acender um cigarro. Um cigarro que, na maioria das vezes, proporciona a calma. Que não se mescla com o medo. E, assim, podemos definir o começo de qualquer coisa: opções. Incertezas. Assim como aquela chama pode queimar e destruir, ela pode acalmar. Nenhum começo tem um final certo, nunca. A capacidade de mudança nunca é nula por si, mas, na maioria das vezes, as pessoas a tapam com sua covardia.
A nicotina, posteriormente, passa pela garganta de forma até rápida - uma sensação que carece certa atenção para ser analisada. Depois, ela vai correndo até seu objetivo e o alcança já sem poder sem impedida, dominando nosso pulmão de forma que muita gente define como "maligna". É claro, essa é apenas uma escolha.
A fumaça não precisa ser, necessariamente, engolida. Particularmente, meus olhos se apaixonaram desde a primeira vez que prestei atenção em quando ela se propaga no ar - a forma lenta e sedutora com que faz isso, a liberdade que ela pode representar.
E, não depois de muito tempo, chega o fim. Tudo tem um fim. Até mesmo num maço inocente de cigarro, se você o adiar demais, seus dedos esquentam conforme a chama se aproxima. Se você não souber terminar o que começou, acaba se queimando.
E a chama continua sendo deliciosa. Até o momento em que ela corrói a sua pele.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

What are we doing?

Você se magoa por não ouvir. Você se magoa por não ouvir, mas seu olhar reluz por saber que tem. E o que está acontecendo? Por que é que eu preciso tanto disso? Tudo começou como uma brincadeira, você sabe... De certa forma, eu sempre te levei a sério e sempre procurei não levar. Espero não levar daqui pra frente, embora eu tenha uma fé completamente estranha de que nós passaremos por esses pequenos obstáculos.
A distância? Bom, a distância é nula. Eu não sei, você me trouxe o sentimento que eu mais odeio sentir. O medo.
E, ao mesmo tempo, me trouxe vontade de ter medo. De arriscar com você.
Isso é novo pra mim, você sabe. Você me conhece muito bem, mais do que qualquer outro.
Você me respeita. Você me admira. Quanto tempo eu demorei para admitir que eu esperava mais da nossa amizade?
E assim como você me conhece, sabe que eu não quero sentir nada disso. Eu não quero sentir sua falta, eu não quero querer ficar horas no telefone contigo, eu não quero gostar de você. Não quero porque é mais fácil pra mim.
Mas parece tudo tão certo... Tudo tão bom. O que eu sei é que eu me sinto diferente com você. Eu me sinto bem... Eu gosto muito de estar do teu lado.